quinta-feira, março 30, 2006

31de Março!!! 21 horas...

Bom, eu vou estar, caso ninguém dê ideia para outra hora, amanhã pelas 21 horas no GCO para umas rapidinhas....
Se alguém se aventurar a aparecer, lá estarei "chaves na mão, melena desgrenhada", à vossa espera.

sexta-feira, março 17, 2006

Espírito...

Há uns tempos que tenho muita vontade de partilhar uma noite por semana com os meus companheiro de clube.
A ideia seria o pessoal encontar-se e jogar umas partidinhas e filar o rango num sítio por ali! Não necessariamente por esta ordem... :)
Fico há espera do sim de todos!
E até me arriscaria a marcar já o primeiro... Dia 31 de Março!
Quero muito que o meu post seja o mais comentado, por razões obvias! :)
Ninguém pára o G.C.O.!!!!!!

sábado, março 11, 2006

Tambem quero ...

domingo, março 05, 2006

... Reticências (5) ...

O 'post' anterior do Pinheiro transcreve uma ode de Fernando Pessoa (desculpem! de Ricardo Reis) de que eu gosto particularmente. Estou em crer, se é que eu conheço o Pessoa e seus heterónimos que é a maior, ou uma das maiores (12 estrofes!!!) que ele escreveu. Mais que uma guerra entre peças brancas e pretas, este poema do Pessoa/Reis é uma luta entre a guerra e a guerra fictícia no tabuleiro. O Pessoa/Reis jogava xadrez! (havemos de voltar um dia ao assunto).
Quero apenas aqui, completar que o poema tem por título "Os jogadores de Xadrez" e dizer que vai fazer 90 anos no próximo dia 1 de Junho.
Deixo aqui a capa do livro "Peosia" de Ricardo Reis, editado pela Asssírio & Alvim, onde esta ode e muitas outras podem ser lidas. Recomendo.

Com o mesmo título do poema "Os Jogadores de Xadrez" existe um livro de poesia (?!) de Pedro Alvim, editado pela 'Livros Horizonte' na colecção 'Horizonte da Poesia (portanto, o livro deve ser de poesia!), em 1986.

Segundo o autor (que também fez os desenhos...) a obra foi escrita entre Junho de 1980 e Agosto de 1981. E sabem onde é que ele teve a ideia de fazer o livro? Não sabem? eu digo:

- "... a partir de uma conversa ouvida no elevador da Glória."

Bom! Talvez por ser fraco jogador de Xadrez, não consiga 'encaixar' muito bem este livro de Pedro Alvim. O autor tem outras (muitas...) obras de poesia que se podem recomendar; mas esta... deve estar alguns pontos 'Elo' acima da minha compreensão.

sábado, março 04, 2006

    Ouvi contar que outrora, quando a Pérsia
    Tinha não sei qual guerra,
    Quando a invasão ardia na Cidade
    E as mulheres gritavam,
    Dois jogadores de xadrez jogavam
    O seu jogo contínuo.

    À sombra de ampla árvore fitavam
    O tabuleiro antigo,
    E, ao lado de cada um, esperando os seus
    Momentos mais folgados,
    Quando havia movido a pedra, e agora
    Esperava o adversário.
    Um púcaro com vinho refrescava
    Sobriamente a sua sede.

    Ardiam casas, saqueadas eram
    As arcas e as paredes,
    Violadas, as mulheres eram postas
    Contra os muros caídos,
    Traspassadas de lanças, as crianças
    Eram sangue nas ruas...
    Mas onde estavam, perto da cidade,
    E longe do seu ruído,
    Os jogadores de xadrez jogavam
    O jogo de xadrez.

    Inda que nas mensagens do ermo vento
    Lhes viessem os gritos,
    E, ao refletir, soubessem desde a alma
    Que por certo as mulheres
    E as tenras filhas violadas eram
    Nessa distância próxima,
    Inda que, no momento que o pensavam,
    Uma sombra ligeira
    Lhes passasse na fronte alheada e vaga,
    Breve seus olhos calmos
    Volviam sua atenta confiança
    Ao tabuleiro velho.

    Quando o rei de marfim está em perigo,
    Que importa a carne e o osso
    Das irmãs e das mães e das crianças?
    Quando a torre não cobre
    A retirada da rainha branca,
    O saque pouco importa.
    E quando a mão confiada leva o xeque
    Ao rei do adversário,
    Pouco pesa na alma que lá longe
    Estejam morrendo filhos.

    Mesmo que, de repente, sobre o muro
    Surja a sanhuda face
    Dum guerreiro invasor, e breve deva
    Em sangue ali cair
    O jogador solene de xadrez,
    O momento antes desse
    (É ainda dado ao cálculo dum lance
    Pra a efeito horas depois)
    É ainda entregue ao jogo predileto
    Dos grandes indif'rentes.

    Caiam cidades, sofram povos, cesse
    A liberdade e a vida.
    Os haveres tranqüilos e avitos
    Ardem e que se arranquem,
    Mas quando a guerra os jogos interrompa,
    Esteja o rei sem xeque,
    E o de marfim peão mais avançado
    Pronto a comprar a torre.

    Meus irmãos em amarmos Epicuro
    E o entendermos mais
    De acordo com nós-próprios que com ele,
    Aprendamos na história
    Dos calmos jogadores de xadrez
    Como passar a vida.

    Tudo o que é sério pouco nos importe,
    O grave pouco pese,
    O natural impulso dos instintos
    Que ceda ao inútil gozo
    (Sob a sombra tranqüila do arvoredo)
    De jogar um bom jogo.

    O que levamos desta vida inútil
    Tanto vale se é
    A glória, a fama, o amor, a ciência, a vida,
    Como se fosse apenas
    A memória de um jogo bem jogado
    E uma partida ganha
    A um jogador melhor.

    A glória pesa como um fardo rico,
    A fama como a febre,
    O amor cansa, porque é a sério e busca,
    A ciência nunca encontra,
    E a vida passa e dói porque o conhece...
    O jogo do xadrez
    Prende a alma toda, mas, perdido, pouco
    Pesa, pois não é nada.

    Ah! sob as sombras que sem qu'rer nos amam,
    Com um púcaro de vinho
    Ao lado, e atentos só à inútil faina
    Do jogo do xadrez
    Mesmo que o jogo seja apenas sonho
    E não haja parceiro,
    Imitemos os persas desta história,
    E, enquanto lá fora,
    Ou perto ou longe, a guerra e a pátria e a vida
    Chamam por nós, deixemos
    Que em vão nos chamem, cada um de nós
    Sob as sombras amigas
    Sonhando, ele os parceiros, e o xadrez
    A sua indiferença.

    Ricardo Reis, 1-6-1916

quarta-feira, março 01, 2006

... Reticências (4) ...


(fica aqui o 'boneco' do post anterior, para se ver bem a piscina!...)





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"De Vítor ao Xadrez"

de António Torrado

Editado pela 'Livros Horizonte' no ano de 1984, foi o n.º 1 da colecção 'Encontro' que foi crescendo...

É um livro com 112 pág. e foi Prémio 'José Galeno' atribuído pela Sociedade Portuguesa de Autores.

De António Torrado conheço-lhe vastas histórias e narrativas para o público infantil e juvenil. Esta obra foi a sua primeira deambulação pelas histórias curtas para público mais adulto.

São 32 histórias independentes (?!), tendo a primeira por título 'Vítor' e a última 'Xadrez'! Justamente!!

São histórias curtas em que nos podemos rever, sem querermos, porque relatam as observações do quotidiano de quase todos nós.

A história do 'Xadrez' é triste!... é o abandono... a solidão... a demência (?!)... ou será a 'libertação'?...